Infelizmente, nos meses de maio, junho e julho houve uma retomada significativa no número de casos de roubo e furto de veículos no Brasil
Para a grande maioria das pessoas, os tempos de pandemia mostraram que o mundo inteiro parou. A situação é tão insólita que fez com que recebêssemos algumas notícias positivas no meio dessa crise em escala global, como as águas dos oceanos e rios se tornarem um pouco mais limpas com a paralisação das indústrias e, consequentemente, a diminuição dos dejetos poluentes despejados em nosso ecossistema. Outra boa notícia foi que houve uma drástica diminuição do roubo e furto de veículos em todo o território nacional nos dois primeiros meses da quarentena, ou seja, em março e abril. Pena que isso não se manteve…
Infelizmente, nos meses de maio, junho e julho houve uma retomada significativa no número de casos de roubo e furto de veículos no Brasil, segundo os dados do Grupo Tracker, que realizou um mapeamento quinzenal dessas ocorrências durante esse período e chegou à conclusão que a causa disso foi a flexibilização das regras de confinamento em relação ao comércio.
A explicação é simples: como as lojas e o comércio em geral voltaram a funcionar, as pessoas decidiram a sair de casa para fazer suas compras e outros afazeres. Consequentemente, isso levou a um aumento muito grande dos veículos retomando a circulação, principalmente nas grandes cidades e capitais. Para os bandidos, foi um convite a novas oportunidade para furtos e roubos de automóveis.
São Paulo (33,2%), Santa Catarina (16,67%), Minas Gerais (11,11%) e Rio de Janeiro (5,26%) foram os Estados que apresentaram as maiores taxas de aumento desse tipo de crime, sendo que os caminhões foram os menos visados no primeiro semestre, apesar de continuarem em circulação pelas ruas e estradas por conta do aumento da demanda causado pelas vendas online e pela justificável elevação do consumo de alimentos, produtos de higiene e de informática, dentre outros, de maneira remota.
De certa forma, isso já era esperado durante essa flexibilização do comércio. Apesar de os números estarem bem abaixo daqueles registrados no mesmo período durante o ano passado – 30% menor -, o temor é que os índices continuem crescendo à medida que a população ignore a situação e volte “ao normal” nos próximos meses.